A educação financeira é um pilar essencial para a formação de indivíduos conscientes e preparados para os desafios econômicos da vida adulta. Sua inserção no ambiente escolar é um tema em voga, defendido por instituições internacionais como a OCDE.
Ao entendermos o dinheiro, o planejamento e a gestão das finanças pessoais como competências vitais, percebemos a urgência de adaptar currículos escolares para abranger tais conhecimentos.
Veja agora conosco sobre a relevância da educação financeira nas escolas e como sua implementação pode influenciar positivamente a próxima geração.
A Necessidade de Educação Financeira nas Escolas
A integração da educação financeira nos currículos escolares transcende a simples gestão do dinheiro. Trata-se de preparar os jovens para decisões financeiras do cotidiano. A OCDE, em suas diretrizes, argumenta que começar desde cedo é essencial. Uma conta infatil digital pode ser um bom meio.
A razão é simples: quanto antes os conceitos financeiros são introduzidos, maior é a probabilidade de assimilação e aplicação prática desses conhecimentos na vida adulta.
As escolas desempenham um papel crucial ao promover a competência financeira. Através de uma estrutura curricular bem planejada, é possível desenvolver nos alunos a habilidade de compreender e navegar pelo sistema financeiro. Com isso, eles podem tomar decisões mais acertadas sobre investimentos, poupança e consumo. Além disso, é uma maneira efetiva de alcançar amplamente os jovens, independentemente de seu contexto social ou econômico.
A educação financeira, portanto, não deve ser vista como um extra, mas como uma disciplina que de fato pode auxiliar o aluno em diversas modalidades de estudo em conjunto com outras matérias na escola, bem como também em seu dia a dia. Na primeira semana de outubro de 2023, ocorreu um importante evento na B3 para a discussão sobre a democratização da educação financeira. Confira agora a opinião de uma das principais dirigentes:
“Entendemos que o letramento financeiro é um caminho para alcançar a tão esperada resiliência financeira. Sabemos que o Brasil tem lacunas educacionais relevantes e isso leva a um baixo grau de letramento financeiro, especialmente entre os grupos economicamente mais vulneráveis. Não podemos esperar que esses jovens, futuros adultos, tomem decisões inteligentes em relação ao uso do dinheiro, se não fornecermos a eles as informações básicas. A CVM deseja garantir adequado letramento financeiro, e, por isso, segue incentivando ações de educação financeira, como a Semana Mundial do Investidor.”
Nathalie Vidual, Superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores (SOI) da CVM. Fonte: GOV Notícias.
Desenvolvimento de Programas e Materiais Didáticos
Para criar programas de educação financeira, é essencial a união de forças entre profissionais da educação e especialistas do setor financeiro. Essa colaboração ajuda a moldar conteúdos que são ao mesmo tempo educativos e aplicáveis à realidade dos alunos. Precisamos de materiais que façam sentido para eles, que sejam fáceis de usar e entender.
Os temas abordados devem ser práticos. É preciso ensinar como o dinheiro é usado no dia a dia, como gerir o próprio orçamento e como tomar decisões seguras sobre economia e investimento. Além disso, é importante que se usem ferramentas interativas, como jogos e projetos que simulem situações financeiras reais. Um ótimo exemplo disso pode ser a criação de gincanas e arrecadações da turma ao longo de um semestre com um objetivo coletivo.
No entanto, há um desafio: o Ministério da Educação ainda não definiu um caminho oficial para a inclusão desta disciplina nas escolas.
É preciso cuidado. Educação financeira ensinada de forma inadequada pode ser prejudicial. O objetivo é fornecer uma base sólida e correta sobre finanças, evitando informações incompletas ou erradas que possam confundir os estudantes.
Por isso, a construção desses materiais didáticos deve ser meticulosa e bem pensada, garantindo que a educação financeira seja um trampolim para o sucesso dos jovens, e não um obstáculo.
O Papel dos Professores na Educação Financeira
Os professores são os agentes principais na disseminação da educação financeira. Para tanto, precisam estar bem preparados, o que implica em receber formação específica nessa área. A formação deve abranger não só o conhecimento teórico, mas também metodologias de ensino que facilitem a compreensão e o engajamento dos alunos.
Só que há um pórem: não há uma formação específica para esta matéria. Então, qual seria o professor responsável? Muitas vezes essas disciplinas são ministradas pelos profissionais de sociologia e matemática, os quais não possuem tal matéria em sua ementa na faculdade.
É fundamental que os professores estejam cientes da importância da educação financeira e motivados a ensiná-la, mas sem a exigência de uma formação ou um curso de especialização, é um salto no escuro apoiar essa disciplina nos moldes em que ela se dá na escola hoje em dia.
Mas então, qual é o futuro da educação financeira no Brasil?
A educação financeira nas escolas é um investimento no futuro. Ao equipar os jovens com o conhecimento e as ferramentas necessárias para tomar decisões financeiras informadas, estamos contribuindo para uma sociedade mais resiliente e capaz de enfrentar os desafios econômicos.
É um caminho que deve ser trilhado com a colaboração de todos os setores da sociedade. As escolas, ao adotarem uma abordagem integrada à educação financeira, desempenham um papel decisivo na formação de cidadãos responsáveis e conscientes das suas responsabilidades e direitos econômicos.
Este é um passo essencial para a construção de comunidades mais prósperas e equitativas.
Por: Arthur Piassetta Xavier