O luto apresenta sintomas bem parecidos com a depressão: perda de gosto pela vida, crises de choro, sentimento de vazio…
Agora, como saber se, após a perda de um ente querido, ocorre um luto ou se a pessoa se encontra em um estado depressivo?
Quando o luto vira depressão?
Continue a leitura e descubra!
Quando o luto vira depressão: como reconhecer os sintomas?
Embora a duração de um luto varie em função das pessoas e das circunstâncias, não irá durar mais de 12 meses. Logo, o luto vira depressão se persiste por mais de 12 meses.
Estudos mostram que 10 a 20% das viúvas apresentam um sintoma depressivo um ano após o luto. Mas, em alguns casos, os sintomas de uma depressão podem aparecer antes do processo de luto, desde o segundo mês.
No entanto, nesse caso específico, fica mais difícil diagnosticar a depressão.
Confira, a seguir, alguns comportamentos que revelam uma depressão:
- Quando a pessoa se desvaloriza frequentemente;
- Desejo de morrer;
- A dor piora com o tempo;
- Presença de alucinações, como ouvir a voz ou ver a pessoa que faleceu;
- A pessoa passa a usar álcool ou drogas.
Sintomas físicos também podem se manifestar: insônias, doenças recorrentes, ganho de peso, entre outros.
Em caso de depressão causada pelo luto, é muito importante buscar acompanhamento com um profissional ou fazer uma terapia na Fepo.
Na verdade, a depressão pode afetar o processo normal do luto e complicar ainda mais a adaptação da pessoa a uma vida normal.
Qual a diferença entre luto e depressão?
É importante não confundir um luto normal de um luto patológico, o que pode levar sim a uma depressão.
Para isso, o luto é dividido em 3 fases:
Fase inicial
Essa fase é caracterizada por um estado de choque, e a sensação é de viver de maneira automática.
A pessoa ainda não consegue acreditar que aquilo realmente aconteceu.
Essa fase de choque pode durar algumas horas ou alguns dias.
Fase aguda
Seja no luto pelo um amigo ou em razão da perda de um familiar, a pessoa, nessa fase, sente tristeza, culpa, um sentimento de vazio, uma fadiga intensa…
Ela pode também sentir um sentimento de injustiça, ter crises de choro e se isolar.
Às vezes, sem estar consciente, a pessoa enlutada imita a maneira de ser e os hábitos da pessoa que faleceu.
Essa fase pode durar entre algumas semanas a um ano, mas geralmente dura menos de 6 meses.
Fase de adaptação
Essa fase marca o fim do luto, caracterizada pela aceitação da morte.
Assim, ela pode pensar na pessoa que se foi sem que isso provoque um sofrimento.
Aos poucos, ela retoma sua vida, começa a fazer projetos e restabelece suas relações sociais.
Saiba que é a fase aguda que normalmente é confundida com a depressão, uma vez que os sintomas são bem semelhantes.
No caso de um luto patológico, os sintomas se manifestam de maneira prolongada. O indivíduo vai continuar preso às lembranças e não vai seguir em frente.
Por exemplo, tudo o que lembra a pessoa que morreu é intensamente doloroso: os lugares que ela frequentava, as reuniões familiares, e até mesmo ouvir uma música.
Portanto, o luto vira depressão se ele se prolongar por mais de 12 meses, e requer acompanhamento de um profissional habilitado.
Conclusão
Como você viu, o luto lembra a depressão, mas é preciso atenção e não confundir os dois, por mais que alguns sintomas sejam comuns.
Saiba que é inútil tratar o luto com antidepressivos, caso contrário, o processo natural do luto pode ser afetado, o que pode provocar o efeito inverso e causar uma verdadeira depressão!